terça-feira, maio 30, 2006

Não sou eu quem esta aqui

E agora sou eu quem deve dizer ou quem sabe divagar...
Mas não estou aqui...
Estou ai, pois era onde queria eu estar...
Não faço questão de me definir, pois deste modo estaria optando por um modelo que ainda poderá sofrer transformações.
Então não me diga o que sou e não direi o que tu és.
Porque cargas d'água tenho que existir?
Eu poderia dispersar-me como luz e de uma vez por todas estar em tudo e em nada mais.
Assim não menos deslocada e perdida a me mover com infinita velocidade.

sexta-feira, maio 19, 2006

Mandruvás e Taturanas!

Minha observação parte do pressuposto de que lagartas, que por terem naturezas diferentes, são elas denominadas também por nomes distintos, desta forma, merecem o mínimo de consideração.
A maioria das pessoas, do ambiente em que convivo, INFELIZMENTE não sabe diferir um mandruvá de uma taturana! E digo mais, nem sequer sabem do que se tratam esses nomes! Talvez esteja eu sendo muito chata em aclamar atenção a tão pequeno detalhe (que na verdade não o considero tão pequeno assim), mas estes pequenos seres desprezados, que habitam árvores diversas, possuem caráter totalmente relevante! Afinal, todos adoram e admiram profundamente a beleza das borboletas que antes de se tornarem este ser tão apreciado foram lagartas.
Lagartas com sua DEVIDA importância no meio ambiente, se distinguem umas das outras, separando-se basicamente em dois grupos classificatórios:
Grupo nº1: Os MANDRUVÁS – lagartas desprovidas de pelos e que por isso não possuem veneno, por tanto são eles inofensivos.
Grupo nº2: As TATURANAS – lagartas que contém pêlos e que através destes pêlos expelem veneno, a potência do veneno varia de Taturana para Taturana, mas em geral o seu veneno causa queimaduras.
Espero ter feito minha parte para a conscientização das pessoas a respeito da situação de desprezo em que vivem as Taturanas e Mandruvás. Pela atenção obrigada.

segunda-feira, maio 01, 2006

O negócio agora é galáxia

Pessoal o negócio agora é galáxia!!
Quando comento sobre a galáxia com as pessoas, muitas me cortam logo de cara (para meu desprazer) e dizem: "A galáxia é só para cientistas loucos, além disso é grande e longe demais para discutirmos sobre ela, fora que eu num sei nada sobre galáxias".
Devo eu discordar desta afirmação idiota e mesquinha, porque querendo ou não estamos na galáxia e o fato de pouco ou nada sabermos sobre ela não poderia causar tamanha omissão.
Faça o favor então de pelo menos olhar para cima e ver o que esta além deste planetinha em que vivemos, desse mundeco em que nos posicionamos ao longo do nosso dia-a-dia e de nossa rotina (só de ouvir essa palavra já sinto náuseas).
Certa vez quando estava eu a matutar com meus botões sobre o infinito lembrei-me de uma passagem do livro de filosofia O mundo de Sofia, em que o filosofo dizia à Sofia que muitas das estrelas que hoje vemos brilhar no céu não existem mais, pois a distância destas estrelas da terra é tão grande que sua luz viaja milhares de anos luz para atingir nossos olhos.
O que hoje conseguimos ver seria então o passado do céu, claro que isso se trata das estrelas com distâncias gigantescas da terra!
Bom... Pelo menos a Lua ainda está no presente
O chão já esta gasto... o horizonte ainda muda e mudará milhares de vezes, olhe para frente que você verá isso acontecer, se olhar para cima só deus sabe o que irá encontrar, corre o risco de tropeçar, mas pra que evitar? Não faço ideia do que estou a dizer, mas que se dane! Quem não olha não vê e quem não vê não entende.
Não entendo bulhufas sobre a tal teoria das super cordas ou sobre os supostos universos paralelos, mas ainda assim me pergunto sobre eles, seria uma busca inútil a minha por respostas intergalácticas? (isso me lembra filmes espaciais! Eu adoro...).
Eu e mais um monte de gente diz: sei lá. Mas sabe lá aonde? Onde fica isso? Se alguém souber onde fica o lá do sei lá, me diga, por favor, pois lá eu devo saber de alguma coisa.

terça-feira, abril 18, 2006

Quando se tem uma bicicleta tudo fica diferente

Quando se tem uma bicicleta tudo fica diferente... Só tendo uma para saber a sensação. Como dizem por ai, depois que se aprende a andar de bicicleta nunca mais se esquece, talvez tenham mesmo razão... Antes uma bicicleta do que qualquer outra coisa, veja bem, eu disse antes e não no lugar. Ela é ideal e poderia se adequar a qualquer ambiente e pessoa, não sei bem se é assim que funciona, mas ter uma bicicleta não é tão simples nem tão complicado como se ter uma ideia.
Se você tem uma bicicleta você pode vir a ter disposição para pedalar e pedalando você pode vir a ter ideias ou apenas pensar em coisas sem muita importância, como por exemplo parar quando o sinal fechar... Quanto as ideias pense nisso você mesmo(a) quando estiver pedalando por ai, conversas triviais, confissões de cansaço e falta de fôlego, mas ainda assim nos sobra empolgação.
Andar de bicicleta não sereia bem mais do que apenas pedalar?
Pense em quantas pessoas tiveram ideias, refletiram sobre algo que estava em sua cabeça ou se perderam em pensamentos diversos, a importância de tudo isso na vida de quem quer que seja é relativa... E claro, como já dizia Einstein: " De absoluto, só a relatividade"
Estava cá a pensar com meus botões sobre como tudo então nos escapa de repente, a distância percorrida, assim como o tempo gasto ao pedalarmos, tudo além do horizonte que por inteiro não podemos sorver com os olhos, a final o cérebro não poderia armazenar tanta "informação" ao mesmo tempo.
Nestas divagações não existem o branco ou o preto, não há linha de demarcação entre um pensamento e outro ou entre uma imagem e outra, o que existe é a distância percorrida em medidas como o metro, quilômetro..., o tempo gasto em segundos, minutos, horas..., a energia utilizada pelo corpo que guia a bicicleta, dentre outras coisas.
Einstein também tinha uma bicicleta e estava ele sujeito as mesmas leis físicas a que cada um de nós estamos, mas Einstein foi o que foi e as vezes me pergunto o que foi que ele pensou uma única vez enquanto andava de bicicleta... para essa pergunta jamais encontrarei uma resposta plausível e como não me canso de citá-lo, farei isso novamente quando este diz: " A imaginação é mais importante do que o conhecimento.", nesse caso cá ficarei apenas a imaginar seus pensamentos.

Como a música nos move daqui a qualquer lugar, lembrei-me de uma composta por Sid Barrett, ex integrante da banda Pink Floyd, se intitula Bike, segue a letra logo a baixo:

I've got a bike.
You can ride it if you like.
It's got a basket, a bell that rings and
Things to make it look good.
I'd give it to you if I could, but I borrowed it.
You're the kind of girl that fits in with my world.
I'll give you anything, ev'rything if you want things.

I've got a cloak.
It's a bit of a joke.
There's a tear up the front.
It's red and black.I've had it for months.
If you think it could look good,
then I guess it should.

I know a mouse, and he hasn't got a house.
I don't know why.
I call him Gerald.
He's getting rather old, but he's a good mouse.

I've got a clan of gingerbread men.
Here a man, there a man,
lots of gingerbread men.
Take a couple if you wish.
They're on the dish.

I know a room full of musical tunes.
Some rhyme, some ching.
Most of them are clockwork.
Let's go into the other room and make them work.

Essa música me lembra a empolgação de uma criança, talvez a intenção nem seja essa...

Todas estas ideias rodeadas pelo fato de se ter uma bicicleta podem transparecer algo idiota de minha parte ou da de quem compartilhe das mesmas, seria então um consolo saber que estamos todos fadados a este papel. E lá vou eu de novo reavivar as palavras de Einstein e finalizar logo com isso: "Há duas coisas infinitas; o universo e a tolice dos homens."

domingo, abril 09, 2006

Grana

Quero grana porque quero luxo
porque não me contentei
porque não me canso de desejar o que não posso ter e o que não posso ser
porque posso não ser nada nem ninguém
porque me importo
porque por hora não mais me importo
porque sumo de onde não quero estar e apareço onde me convém
porque nada precisarei dizer
porque almejo muito além dos limites impostos
porque meus pés agora não tocam nem mesmo o chão que piso, por sonhar noite e dia
porque meus pés tocarão todos os solos num estalar de dedos
porque quando conquisto, logo me enjoo e saio a procura de algo que me distraia por mais algum tempo
porque não quero nada de sério com a vida, nem ela comigo
porque nada é o suficiente nem bom o bastante
porque sou um poço sem fundo
porque sou imediatista e não posso esperar
porque tenho sede
porque tenho fome
porque não posso parar
porque não quero parar
porque tudo esta além de meu controle
porque quero me iludir
porque quero me enganar
porque quero me comprar
porque me esvaziei
porque as futilidades que tanto luto em dizer que não tenho serão o prato do dia
porque quero mergulhar na estupidez
porque cairei em tentação e em danação
porque acreditarei estar no paraíso, quando em verdade estou no inferno.

domingo, abril 02, 2006

O mar é uma coisa...

Só para lembrar meu fascínio pelo mar, desvendar muito além de sua superfície, submergir em sua profundidade e tornar-me oceano, por vezes calmo e gentil, por vezes violento e intolerante, quente ou frio, dançando sob seu próprio som.
Nem bom nem mau, natureza sem dono, sem nação, sem nome apenas a existir e ser o que é.
Quão distante de mim tua totalidade aparentou estar, quão próximo de minha totalidade sua ínfima fatia esteve sendo esta suficiente para levar-me a alma.

quarta-feira, março 29, 2006

Lembraças que se eternizam

A Vida é um lampejo repleto de magia, tão singela e complexa, ínfima nos transcende à imensidão.
Milhares de vezes procurei por seu rosto pela multidão na esperança de encontrá-lo onde quer que fosse, conhecendo no fundo a impossibilidade de meu desejo se realizar.
Queria que você estivesse aqui, nesse exato momento, sentado ao meu lado com o mesmo olhar sério e aventureiro que costumava ter.
De que é feito o espírito? O que é sagrado? Não saberia eu responder se não fosse pelo amor.

Amor é aspirar conhecer profundamente, não sendo possível descobri-lo por completo.
É navegar mares sem cessar.
É explorar sua infinita grandeza e apenas nela saciar-se.
É determinar-se vê-lo a si unido eternamente, mesmo que longínquo.
É transpor barreiras do tempo e espaço.
É desconhecer e pertencer a planos que a natureza alguma condiz.
É vagar sem destino, sem saber, nem entender.
É entregar-se sem como nem porque e nele viver.
É ter fé no que não imaginamos existir.
É ter coragem para buscar aquilo que jamais se pode ter.
É ter força para com isso viver e assim não desistir.
É almejar certeza onde existem apenas dúvidas.
É ganhar e perder chão.
É ser e não ser e dele não desvencilhar-se.
É estupor.
É agir sem alcance.
É caminho sem volta.
É abandono.
É humano e desumano.
É arte final.
O amor nada é a não ser aquilo que se espera que seja, pois perfeitos não somos no ato de amar, mas este em essência, perfeito é e isto é o suficiente para mantê-lo vivo.