Peço-te que me abandones, deixe-me viver e morrer na dor de não pertencer a ti. Imploro-te para que estejas próximo, pretendo não perder-te de vista, porém não almejo ver-te nitidamente. Contento-me apenas com tua sombra sorrateira, mas temo em breve isto não ser sustentável. Coloco-me na transição entre os extremos. A dúvida consome meu ato de decisão, estes minutos são finais e os próximos serão meu fim. Deixe-me até que meus caminhos não mais cruzem os teus, até que a dor lacere meu peito e meus sentidos não mais sejam confiáveis. Espera-me em planos secretos, onde minha existência consagrada de vida se deixa tomar por teus apelos. Assim sendo irei para quem sabe um dia retornar novamente.