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 O poder real e absoluto não tem nada a ver com o quanto se pode dominar e conquistar, mas com o quanto se pode expandir e dispersar-se para além de todas as fronteiras. 
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 Eu gostaria de me encontrar comigo mesma Em algum lugar fora do espaço tempo E então questionar todos os desejos despertos ao longo do tempo Eu me olharia nos olhos e estes estariam repletos e vazios Seria eu um ser insondável por natureza, se questionando como se isso estivesse em seu código genético Sempre um ímpeto insaciável me draga até os meus próprios mistérios, uma terra desconhecida que nunca consigo alcançar Porque a sonda que envio para dentro do meu ser nunca atinge uma superfície sólida onde possa pousar? E se eu vagar eternamente no espaço como poeira? 

Possível

Se existe mesmo a imortalidade das coisas é possível ainda ver a chuva do outro lado do oceano É possível presenciar as auroras boreais tão distantes daqui onde o horizonte não alcança É possível ver o desabrochar das flores do extremo oposto do planeta É possível ver o nascer do sol de onde nunca o vi nascer É possível ver as florestas e sentir exalar o cheiro das coisas tão distantes de onde estou É possível ouvir as vozes e idiomas desconhecidos do meu É possível ver os rostos dos seres em realidades tão diversas da minha É possível ainda que não haja tempo experimentar tudo aquilo que não provei É possível saborear todos os gostos que não conheci   É possível me conectar a todas a pessoas que nem sequer imaginei É possível viver o dia que jamais esperei É possível deixar para trás É possível chegar ao destino É possível compreender definitivamente É possível alcançar completamente Vou inspirar profundamente E exalar o ar até que se acabe Enxergar o

Mudanças proclamadas

A muito que sentimos brotar a necessidade de mudar. Esta necessidade se tornou quase uma urgência nos últimos anos. Então tornou-se um consenso de que esta na hora de transformar nossa realidade. Sabemos disso e no fundo de nossos corações ansiamos pelo novo mundo, mas muitos, quem sabe a maioria de nós, não leva em consideração o quão doloroso é o processo de transformação, mudança. Este processo não é externo, não começa lá fora no mundo, nas pessoas a nossa volta. O processo começa dentro de nós e precisamos entender que este não é algo fácil, agradável, confortável, tranquilo e pacífico. Este processo é turbulento, doloroso, incomodo, porque ele meche com aquilo a que estamos acostumados, condicionados e educados. Definitivamente mudar não é coisa fácil. Falar da necessidade de mudar é fácil, é comodo, pois nem sequer iniciamos nossa empreitada. Mudar um comportamento que repetimos a 5,10,20,30, 40 anos torna-se uma tarefa tão difícil quanto escalar o pico de uma monta

Show de horrores

Tenho andado por aqui já não é de hoje Sempre me trazem de volta e de volta a qualquer lugar... Ao mesmo lugar Comprimo toda a extensão destes anos, dessa infinitude num pequeno invólucro A partir daí a consciência segue a se esquecer, a tornar-se gradativamente medíocre e pequena Apegada e presa, atada a valores e ilusões, venho mentindo estar tudo bem desde então Tapo os olhos para não ver o horror, tenho medo, não posso abri-los e encarar meu próprio rosto Temo as respostas às perguntas que faço, então me mantenho na superfície, adio a descida até as profundezas deste oceano desconhecido Estou sempre ponderando se vou mesmo fundo na verdadeira natureza da consciência a mover este veículo carnal perdido em sua pequenez Descobrir, buscar, aquilo que no fundo já sei, mas escondo para não perder o controle No silêncio profundo desta consciência infinita um aviso emerge de tempos em tempos: Não há como escapar, nem se esconder, você sabe! Este hospício de caminho

Não conte comigo

Certo dia disse como todo e qualquer mortal: “Conto com todos”, “Conto contigo”, “Conte comigo”. O que mais de tantas ilusões eu disse? Não conte mais... Não conte comigo, nem com todos. Não conte mais... Quando de todas as ilusões, uma sequer tenha valido realmente a pena, não me conte nem comigo conte. Por um acaso contastes mesmo consigo, com quem quer que seja, sem que lhe postasse uma bela dose de cobrança, acrescido de certa desconfiança, expectativa e medo? Não conte comigo, não estou aqui para lhe oferecer segurança, estabilidade, previsibilidade, nem para amparar um peso que mal se sustenta de pé sobre suas próprias bases. Não, este não é um recado ou aviso pessoal, esta é uma realidade que se encaixa ao ser humano. Não é preciso segurança, nem estabilidade, não é preciso buscar eternamente tais ilusões de estado que a nada levam a não ser ao caos. Não é preciso depender, se apegar, agarra-se, como um desesperado que se afoga. Não há porque encontrar
Há algum tempo opero no limite. Até onde se estendem as fronteiras que me cercam, entre visão e cegueira, eminencia de emergir. Prestes a submergir de volta ao fundo, ao silêncio eterno dos oceanos calados, onde mal se propagam as ondas de som. Universo infinito a calar o caos insignificante das vidas que aqui se chocam para sobreviver. Certo dia chorei no caminho para casa, um retorno custoso, certa do cansaço. As lágrimas continham no sal amargo das águas que rolam, um sentido que se afasta dos dramas da vida, da teia de relacionamentos que nos envolvem e aprisionam nas mais obscuras tragédias. Um mundo de milhares de egrégoras, imensos cúmulos a escurecer, entristecer. Aos poucos a mente que insiste em reger meus movimentos, pensamentos, sentimentos, começa a desvelar o caminho linear e certo da vida, um novelo intrincado, labirinto confuso, um quebra-cabeças que jamais se encaixa. O filme retrocede ao passado e então começo aos poucos a desaparecer, apagar-me diante dos ev