Passos distantes quase abstratos
Deslizam no asfalto
Negro superficialmente brilhante
Reflexos difusos tais como pensamentos
Espalhados, deixados no chão
Afastados do ruído
Dos estalos dos brindes
Dos talheres pousados sobre a louça
Das vozes sobrepostas
Das risadas vibrantes
Das mesas repletas
Das orquestras sinfônicas das reuniões
Por vezes suaves agradáveis
Por vezes secas insuportáveis
Seja como for, os passos se vão cada vez mais longe
Mergulham num prazer quase que por necessidade de estar só
Rumo à brisa descompromissada
Rumo ao inevitável frescor e torpor
Tão precisos
Tão queridos
Íntimos e próprios
E quem sabe o que irão encontrar logo à frente?
Se for a lua em céu estrelado
Quem sabe refletida sobre negras águas
Se forem as luzes artificiais sombreando-me os passos
Se for o vento a levantar-me os cabelos fazendo-me cócegas
Se for o vento a levantar-me as vestes causando-me arrepios
Se for a noite que a mim se entrega num leito de negro cetim
Se for a noite que a meus pensamentos engole voluptuosamente
Se forem meus passos e a noite em coito apaixonado
Que sejamos um só
Meus passos e a noite em silenciosa cumplicidade
Deslizam no asfalto
Negro superficialmente brilhante
Reflexos difusos tais como pensamentos
Espalhados, deixados no chão
Afastados do ruído
Dos estalos dos brindes
Dos talheres pousados sobre a louça
Das vozes sobrepostas
Das risadas vibrantes
Das mesas repletas
Das orquestras sinfônicas das reuniões
Por vezes suaves agradáveis
Por vezes secas insuportáveis
Seja como for, os passos se vão cada vez mais longe
Mergulham num prazer quase que por necessidade de estar só
Rumo à brisa descompromissada
Rumo ao inevitável frescor e torpor
Tão precisos
Tão queridos
Íntimos e próprios
E quem sabe o que irão encontrar logo à frente?
Se for a lua em céu estrelado
Quem sabe refletida sobre negras águas
Se forem as luzes artificiais sombreando-me os passos
Se for o vento a levantar-me os cabelos fazendo-me cócegas
Se for o vento a levantar-me as vestes causando-me arrepios
Se for a noite que a mim se entrega num leito de negro cetim
Se for a noite que a meus pensamentos engole voluptuosamente
Se forem meus passos e a noite em coito apaixonado
Que sejamos um só
Meus passos e a noite em silenciosa cumplicidade