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Mostrando postagens de 2006

O Bêbado e a platéia

Gostaria de saber do que as pessoas estão a falar e o que pretendem, cada qual no seu canto a escrever como eu ou como qualquer um. Um bêbado jogado as traças na noite fria caminha descalço... O sangue lhe ferve nas veias, um ódio, uma fúria se levanta dentro dele, será o efeito do álcool? Ou será o efeito do rumo que tomou sua vida? Berra versos que ecoam no espaço frio da noite escura e calada, os animais o ouvem e fazem um estardalhaço. Seu público ele o espera... Quer uma platéia? Quer que o aplaudam? Quer que o vejam? Dança e desajeitado tropeça em obstáculos invisíveis, quer se apresentar ao mundo? Quer que o conheçam, quer ser assunto da hora do dia e da noite, quer chorar, mas seu coração não lhe responde as emoções...Onde estão todos? Os animais não lhe bastam, ele quer mais... A natureza ao redor não lhe basta, quer um ser que o ouça como esta ele acostumado a ouvir de todos os outros. A noite, o tempo, o espaço, as estrelas, o céu, o infinito do universo em silêncio

Mumúrios

Eu cá a andar e eles lá no horizonte! Eu aqui e eles passam por mim... Eu só a andar, pelas ruas e ruelas e eles por vezes sós, por vezes em grupos, grandes ou pequenos, tanto faz... Ruas, ruelas... Eles e eu paráramos ante todas as coisas que para eles ou para mim valem nossa atenção. Eles e eu, seguimos em frente e eles e eu sabemos ou não... Eu o olho que os observa, sou aquele que os vê, mas que não saberia dizer se são ou não são... Penumbra, luz fraca refletindo uma fé secular, seja ela qual for.Há no ar um movimento leve de mentes, todas elas se chocam gerando uma explosão sem som, tudo ocorre no vácuo onde o som não se propaga por ser uma onda mecânica... Murmúrios! Alguém se confessa e alivia a alma. Murmúrios... alguns oram calados mantendo a fé. Murmúrios... e as portas se fecham! Murmúrios! Soam os sinos. Nos símbolos repletos de infinita significância transparece a crença. A missa começa, ali todos estão em busca D’Ele e eu em busca de que? Por certo me viro

Do lado de cá

Esse texto escrevi em meu terceiro dia aqui em Brno, devo antes de mais nada me desculpar pela falta de acentos mas o teclado sendo tcheco fica complidado, mesmo configurado para versão em inglês não é a mesma coisa... meu Deus consegui botar acento vejam só, mas leva tempo para descobrir os comandos de acento hehehe puxa vida que loucura! De volta ao texto, que não passa de um punhado de palavras, por vezes soltas, que expressam minha primeira impressão a despeito deste novo mundo, meus pensamentos e sentimentos. Apesar de já ter aprendido a andar pelo centro da cidade, sinto-me deslocada, não faço parte deste lugar, mas com certeza este lugar já faz parte de mim. As vezes enquanto caminho a fim de conhecer e passar o tempo, penso que estou em alguma cidade do Brasil, apesar de o estilo e das construções aqui desmentirem minha ilusão. Acredito que se sua mente se abre afim de absorver tudo de novo que este mundo tem a oferecer, as coisas tornam-se bem mais aceitáveis e até divert

O reflexo das flores

Acordei e senti que nada havia mudado tudo se repetia. Todos pareciam serem os mesmos, de horas e milênios atrás. Eu queria gritar, minhas mãos tremiam, meu corpo estava cansado, talvez não só ele. Imaginei-me caminhando em um imenso jardim, repleto de flores, todas elas repletas de vida, que por sua vez repletas de alma. A imagem foi se dissipando, as cores misturavam-se, não conseguia mais distinguir entre uma e outra. As flores se uniram gerando uma só flor que continham todas as outras em seu ser. Ela brilhava como o sol no zênite, pude então perceber que possuía milhares de pétalas e que em cada pétala havia um espelho que refletia centenas de imagens iguais a sua. A unidade continha em si a multiplicidade. Pareciam idênticas, mas se me aproximasse um pouco mais veria que são únicas, não podendo haver outra igual. Arranquei-a da terra e contemplei sua beleza, pude senti-la, pensei poder tê-la comigo para sempre, mas senti que algo nela fugia ao meu controle, seu bem mais pre

Penso, mas nem sei...

Eu pensei... me lembrei ... matutei, mas nem sei... Sabe quando a gente assim meio que se sente não sei como, algo assim sem expressão... Você olha, mas nem vê as coisas que te rodeiam porque na hora você não esta presente... de um jeito que você não consegue se situar. Daí as coisas se repetem e se repetem milhares de vezes na sua cabeça... o tempo passou e você nem sequer notou isso acontecer... o anoitecer, o amanhecer, onde estão as diferenças? Seria justo se estivessem nas cores ou nos cheiros, mas não estão só ai! Maldito seja! Onde estão então? Do que estou a falar? Nem sei, apenas me lembrei, mas para dizer a verdade não me lembrei, só não consigo me esquecer muito menos explicar. Pra que tudo isso? Que diabos! Não devo eu explicações do porque de minha loucura momentânea em não parar de pensar, coisas várias ou uma só coisa que se faz várias. Desisto de entender ou racionalizar tais cousas, resta-me apenas viajar dentro de mim mesma já que não posso fazê-lo de outra f

Não sou eu quem esta aqui

E agora sou eu quem deve dizer ou quem sabe divagar... Mas não estou aqui... Estou ai, pois era onde queria eu estar... Não faço questão de me definir, pois deste modo estaria optando por um modelo que ainda poderá sofrer transformações. Então não me diga o que sou e não direi o que tu és. Porque cargas d'água tenho que existir? Eu poderia dispersar-me como luz e de uma vez por todas estar em tudo e em nada mais. Assim não menos deslocada e perdida a me mover com infinita velocidade.

Mandruvás e Taturanas!

Minha observação parte do pressuposto de que lagartas, que por terem naturezas diferentes, são elas denominadas também por nomes distintos, desta forma, merecem o mínimo de consideração. A maioria das pessoas, do ambiente em que convivo, INFELIZMENTE não sabe diferir um mandruvá de uma taturana! E digo mais, nem sequer sabem do que se tratam esses nomes! Talvez esteja eu sendo muito chata em aclamar atenção a tão pequeno detalhe (que na verdade não o considero tão pequeno assim), mas estes pequenos seres desprezados, que habitam árvores diversas, possuem caráter totalmente relevante! Afinal, todos adoram e admiram profundamente a beleza das borboletas que antes de se tornarem este ser tão apreciado foram lagartas. Lagartas com sua DEVIDA importância no meio ambiente, se distinguem umas das outras, separando-se basicamente em dois grupos classificatórios: Grupo nº1: Os MANDRUVÁS – lagartas desprovidas de pelos e que por isso não possuem veneno, por tanto são eles inofensivos. Grupo

O negócio agora é galáxia

Pessoal o negócio agora é galáxia!! Quando comento sobre a galáxia com as pessoas, muitas me cortam logo de cara (para meu desprazer) e dizem: "A galáxia é só para cientistas loucos, alem disso é grande e longe demais para discutirmos sobre ela, fora que eu num sei nada sobre galáxias". Devo eu discordar desta afirmação idiota e mesquinha, porque querendo ou não estamos na galáxia e o fato de pouco ou nada sabermos sobre ela não poderia causar tamanha omissão. Faça o favor então de pelo menos olhar para cima e ver o que esta além deste planetinha em que vivemos, desse mundeco em que nos posicionamos ao longo do nosso dia-a-dia e de nossa rotina (só de ouvir essa palavra já sinto náuseas). Certa vez quando estava eu a matutar com meus botões sobre o infinito lembrei-me de uma passagem do livro de filosofia O mundo de Sofia , em que o filosofo dizia à Sofia que muitas das estrelas que hoje vemos brilhar no céu não existem mais, pois a distância destas estrelas da terra é tã

Quando se tem uma bicicleta tudo fica diferente

Quando se tem uma bicicleta tudo fica diferente... Só tendo uma para saber a sensação. Como dizem por ai, depois que se aprende a andar de bicicleta nunca mais se esquece, talvez tenham mesmo razão... Antes uma bicicleta do que qualquer outra coisa, veja bem, eu disse antes e não no lugar. Ela é ideal e poderia se adequar a qualquer ambiente e pessoa, não sei bem se é assim que funciona, mas ter uma bicicleta não é tão simples nem tão complicado como se ter uma idéia. Se você tem uma bicicleta você pode vir a ter disposição para pedalar e pedalando você pode vir a ter idéias ou apenas pensar em coisas sem muita importância, como por exemplo parar quando o sinal fechar... Quanto as idéias pense nisso você mesmo(a) quando estiver pedalando por ai, conversas triviais, confissões de cansaço e falta de fôlego, mas ainda assim nos sobra empolgação. Andar de bicicleta não sereia bem mais do que apenas pedalar? Pense em quantas pessoas tiveram idéias, refletiram sobre algo que estava em su

Grana

Quero grana porque quero luxo porque não me contentei porque não me canso de desejar o que não posso ter e o que não posso ser porque posso não ser nada nem ninguém porque me importo porque por hora não mais me importo porque sumo de onde não quero estar e apareço onde me convém porque nada precisarei dizer porque almejo muito além dos limites impostos porque meus pés agora não tocam nem mesmo o chão que piso, por sonhar noite e dia porque meus pés tocarão todos os solos num estalar de dedos porque quando conquisto, logo me enjôo e saio a procura de algo que me distraia por mais algum tempo porque não quero nada de sério com a vida, nem ela comigo porque nada é o suficiente nem bom o bastante porque sou um poço sem fundo porque sou imediatista e não posso esperar porque tenho sede porque tenho fome porque não posso parar porque não quero parar porque tudo esta além de meu controle porque quero me iludir porque quero me enganar porque quero me comprar porque me

O mar é uma coisa...

Só para lembrar meu fascinio pelo mar, desvendar muito além de sua superfície, submergir em sua profundidade e tornar-me oceano, por vezes calmo e gentil, por vezes violento e intolerante, quente ou frio, dançando sob seu próprio som. Nem bom nem mau, natureza sem dono, sem nação, sem nome apenas a existir e ser o que é. Quão distante de mim tua totalidade aparentou estar, quão próximo de minha totalidade sua ínfima fatia esteve sendo esta suficiente para levar-me a alma.

Lembraças que se eternizam

A Vida é um lampejo repleto de magia, tão singela e complexa, ínfima nos transcende à imensidão. Milhares de vezes procurei por seu rosto pela multidão na esperança de encontrá-lo onde quer que fosse, conhecendo no fundo a impossibilidade de meu desejo se realizar. Queria que você estivesse aqui, nesse exato momento, sentado ao meu lado com o mesmo olhar sério e aventureiro que costumava ter. De que é feito o espírito? O que é sagrado? Não saberia eu responder se não fosse pelo amor. Amor é aspirar conhecer profundamente, não sendo possível descobri-lo por completo. É navegar mares sem cessar. É explorar sua infinita grandeza e apenas nela saciar-se. É determinar-se vê-lo a si unido eternamente, mesmo que longínquo. É transpor barreiras do tempo e espaço. É desconhecer e pertencer a planos que a natureza alguma condiz. É vagar sem destino, sem saber, nem entender. É entregar-se sem como nem porque e nele viver. É ter fé no que não imaginamos existir. É ter coragem para