O que mais decepciona é ver que para fazer com que as pessoas cooperem em não destruir a natureza, o planeta, é ter de convencê-las de que isto será bom para elas, de que isto irá propiciar a propagação da espécie humana, será bom para as gerações que virão.
Será mesmo que para fazer bem a algo ou a alguém, precisamos fazê-lo somente porque isto nos faz sentir bem diante de nossa ação nobre? Porque nos faz sentir uma pessoa melhor, nos faz acreditar que fazemos a diferença, dentre outras coisas?
Será que devemos nos engajar em pró de uma causa apenas porque ela nos servirá no futuro? Nos fará bem, nos fará melhores?
Será que as coisas não têm um valor em si mesmas?
Um valor independente de nós? Exterior a nós mesmos.
Vamos assumir que as coisas existam independentemente de nós e que existam não apenas para nos servir.
Vamos admitir que o mundo não gira ao nosso redor, vamos admitir que este mundo que criamos como nosso, as custas de vidas de diversos seres, pode não ser o melhor, ou que pelo menos ele não é o único que existe; que ele é um artifício.
Vamos ajudar independentemente do que venha a nos acontecer.
Deveríamos assumir as consequências de nossos atos, porque foram os nossos atos e de mais ninguém.
Os desastres naturais são um crime não apenas contra os seres humanos vitimados, mas principalmente contra a própria natureza, devemos nos condoer pelos que morreram, mas não somente por aqueles de nossa espécie, pois os “outros” que para maioria são apenas os “outros” são também seres vivos.
Deveríamos considerar os atos que cometemos contra a natureza, pois se ainda é consenso a vida ser algo sagrado, pensemos não apenas em nossas próprias vidas, mas em qualquer vida.
Em nenhum momento a natureza se rebelou ou se voltou contra nós. Ela não é vingativa como nós seres humanos, não se pode dar a ela características humanas.
Os animais não estão invadindo as cidades como se costuma dizer, somos nós quem estamos invadindo o espaço deles. Eles não são assassinos como por vezes se costuma afirmar, dentre os animais o único capaz de cometer assassinato somos nós, não nos cabe darmos a eles características que são nossas.
Somos o animal mais complexo da cadeia alimentar, mas também o mais egoísta, o mais destruidor, o maior predador em função de interesses que ultrapassam e muito as necessidades biológicas comuns a qualquer ser vivo.
Somos a humanidade, mas também somos natureza, fazemos parte dela ou pelo menos algum dia fizemos. Cada vez mais nos afastamos dessa natureza, de nossa natureza original e talvez este afastamento seja característico de nossa própria natureza. Talvez a tendência à artificialidade faça mesmo parte de nossa essência e nossa complexidade nos levará cada vez mais longe na abstração, porque talvez sejamos apenas fruto de nossa própria criação.
Talvez na verdade, se é que ela existe, sejamos o velho mamífero das cavernas reinventando a si mesmo constantemente numa duradoura ilusão.
Será mesmo que para fazer bem a algo ou a alguém, precisamos fazê-lo somente porque isto nos faz sentir bem diante de nossa ação nobre? Porque nos faz sentir uma pessoa melhor, nos faz acreditar que fazemos a diferença, dentre outras coisas?
Será que devemos nos engajar em pró de uma causa apenas porque ela nos servirá no futuro? Nos fará bem, nos fará melhores?
Será que as coisas não têm um valor em si mesmas?
Um valor independente de nós? Exterior a nós mesmos.
Vamos assumir que as coisas existam independentemente de nós e que existam não apenas para nos servir.
Vamos admitir que o mundo não gira ao nosso redor, vamos admitir que este mundo que criamos como nosso, as custas de vidas de diversos seres, pode não ser o melhor, ou que pelo menos ele não é o único que existe; que ele é um artifício.
Vamos ajudar independentemente do que venha a nos acontecer.
Deveríamos assumir as consequências de nossos atos, porque foram os nossos atos e de mais ninguém.
Os desastres naturais são um crime não apenas contra os seres humanos vitimados, mas principalmente contra a própria natureza, devemos nos condoer pelos que morreram, mas não somente por aqueles de nossa espécie, pois os “outros” que para maioria são apenas os “outros” são também seres vivos.
Deveríamos considerar os atos que cometemos contra a natureza, pois se ainda é consenso a vida ser algo sagrado, pensemos não apenas em nossas próprias vidas, mas em qualquer vida.
Em nenhum momento a natureza se rebelou ou se voltou contra nós. Ela não é vingativa como nós seres humanos, não se pode dar a ela características humanas.
Os animais não estão invadindo as cidades como se costuma dizer, somos nós quem estamos invadindo o espaço deles. Eles não são assassinos como por vezes se costuma afirmar, dentre os animais o único capaz de cometer assassinato somos nós, não nos cabe darmos a eles características que são nossas.
Somos o animal mais complexo da cadeia alimentar, mas também o mais egoísta, o mais destruidor, o maior predador em função de interesses que ultrapassam e muito as necessidades biológicas comuns a qualquer ser vivo.
Somos a humanidade, mas também somos natureza, fazemos parte dela ou pelo menos algum dia fizemos. Cada vez mais nos afastamos dessa natureza, de nossa natureza original e talvez este afastamento seja característico de nossa própria natureza. Talvez a tendência à artificialidade faça mesmo parte de nossa essência e nossa complexidade nos levará cada vez mais longe na abstração, porque talvez sejamos apenas fruto de nossa própria criação.
Talvez na verdade, se é que ela existe, sejamos o velho mamífero das cavernas reinventando a si mesmo constantemente numa duradoura ilusão.