Tão lindas tão lisas...
Brilhavam pequenas, indefesas, numa peça de cristal
Perfeitamente redondas, desenhadas para seduzir
Ofereciam-se por um preço qualquer, não importa
Objeto de desejo, entregues a vontade alheia
Frutas de cera, delicadamente pousadas sobre o móvel, imóveis à espera de qualquer um que lhes pague o preço
Enche-me os olhos vê-las assim tão disponíveis, ao meu alcance...
Poder tocá-las, cheirá-las...
Não se trata de um desejo pelo original e sim de uma vontade pela réplica
O que me fascina é sua artificialidade óbvia, de valor superior ao do original
No ápice, sua existência não importa mais do que a vontade de tê-las
Não me dou ao luxo de justificá-las, não há dúvidas de que são o que preciso
São o que preciso ter...
São o que quero ter...
Sobre um móvel, imóveis a me esperar