Não quero beber
Quero sede, seca
Não quero conforto
Quero desalento, abandono
Venta frio, não me cubro
Não este corpo...
Não quero me aquecer
Ele chora, arrepia, se encolhe
Sofre, implora, quer...
Só o que faz é pedir, desejar
E digo não...
Espero a resposta
Involuntária
Grita, ordena
Brinco, me nego
Provo que não me controlo,
Não me pertenço,
Isso... Diga...
Agora, diga...
Diga que sou eu
Quem está no comando
Máquina orgânica
Circuitos neurais
Anatomia caótica, ordenada
Calafrio, febre e dor...
Corpo e mente repartindo-se em milhares de células mil
Quebrando cadeias, arritmia cardíaca
Genética herdada, esse corpo, anticorpo
Embate orgânico
Perdendo, repondo
Mal externo, ah esse corpo...
Mente estilhaços, quer reger
Engolfada, sangue a fora
Do coração à via central
Corpo linguagem biológica
Vida a pulsar
Vida a se esgotar
Sangue a se exaurir
Absoluto a se acabar
Não lhe posso impedir
Envolva-me, me envolva
E escolha nada ter para tudo ser