Pois que me gosto de dizer
Palestrar, monologar
Ao espelho quase nada relato
Pois sei que naquele rosto
Repleto de várias expressões
Que não aquelas do dia a dia
Do tratamento alheio
E bem dizer
Reflete um sorriso secreto
Careta mal criada
Um espanto
Um concorde
Uma tristeza distante
Uma angústia vibrante
Quantas surpresas hão na haste destas sobrancelhas,
Conquistas e perdas no canto destes olhos, fundos, negros pântanos
Quanto tempo, finas linhas a sulcar,
Fendas por onde correm lágrimas de dor e júbilo
Tão caras e raras
Tantas são as caras, máscaras, almas
Disto, daquilo
Enxergar um só reflexo seria-me um sacrifício
Dessa minha sina de rostos em catarata
sexta-feira, abril 09, 2010
segunda-feira, abril 05, 2010
Hoje
Hoje estou pacífica
Hoje eu aceito
Hoje eu entrego
Não resisto, nem me oponho
Pelo fluxo de indução que atravessa
O céu de hoje que despenca sobre minha cabeça
Hoje brilha uma lanterna silente, paciente
Um abraço de paz
Rara harmonia do dia e do tempo
Hoje eu aceito
Hoje eu entrego
Não resisto, nem me oponho
Pelo fluxo de indução que atravessa
O céu de hoje que despenca sobre minha cabeça
Hoje brilha uma lanterna silente, paciente
Um abraço de paz
Rara harmonia do dia e do tempo
segunda-feira, março 29, 2010
Quando em vez
Um sono absoluto vem de quando em vez
Me chamar, me pedir,
Para soltar,
Deixar cair,
Na claridade do amanhecer
Dos cabelos que soprados
Se arrastam pelo meu rosto
Me impedem as mãos de buscar amparo
Meus olhos perdidos, eternamente, brevemente
Os pensamentos ... Que paraíso sonhar
Deixar ser a vida, aquela que circula nos pulsos
No coração sangue que comprime, exprime
Dos olhos lágrimas, sem dor, sem mais
Sutil e sensível, a mais bela parte do dia
Daqueles, desses dias, despidos de artifícios
Em que o corpo consente em existir
Assim como qualquer outro ser
Me chamar, me pedir,
Para soltar,
Deixar cair,
Na claridade do amanhecer
Dos cabelos que soprados
Se arrastam pelo meu rosto
Me impedem as mãos de buscar amparo
Meus olhos perdidos, eternamente, brevemente
Os pensamentos ... Que paraíso sonhar
Deixar ser a vida, aquela que circula nos pulsos
No coração sangue que comprime, exprime
Dos olhos lágrimas, sem dor, sem mais
Sutil e sensível, a mais bela parte do dia
Daqueles, desses dias, despidos de artifícios
Em que o corpo consente em existir
Assim como qualquer outro ser
sexta-feira, março 19, 2010
Pedras
Preciso de alguma leveza
Tudo são pedras,
Cálculos e concreções
As falas forjadas
Cobranças
Estanques
As paredes são grades
As grades espíritos
Figuras pintadas
O silêncio...
O silêncio das horas que passam
Do desejo que esmorece
Cresce, evolui a luta
A vontade se adianta e
Recua o impulso iônico do mar
Tudo são pedras,
Cálculos e concreções
As falas forjadas
Cobranças
Estanques
As paredes são grades
As grades espíritos
Figuras pintadas
O silêncio...
O silêncio das horas que passam
Do desejo que esmorece
Cresce, evolui a luta
A vontade se adianta e
Recua o impulso iônico do mar
quarta-feira, março 17, 2010
Cicatriz
Cicatriz,
Corta um veio nas costas
Sulcadas de dor
Marcas,
De um Paraíso opressor
Tirania selvagem
Seu,
Meu,
Deus,
Demônio pagão
Deserto de sal
Ferve e serve
Sílabas,
escassas, secas
Fonte servil
Meu corpo guarda um silêncio infinito de não ditos
Uma ânsia de querer falar e se calar
Um trago, um rasgo
Afago de paixões vilãs
Corta um veio nas costas
Sulcadas de dor
Marcas,
De um Paraíso opressor
Tirania selvagem
Seu,
Meu,
Deus,
Demônio pagão
Deserto de sal
Ferve e serve
Sílabas,
escassas, secas
Fonte servil
Meu corpo guarda um silêncio infinito de não ditos
Uma ânsia de querer falar e se calar
Um trago, um rasgo
Afago de paixões vilãs
quinta-feira, março 11, 2010
Sonho doce
Como os sonhos são doces.
Escapam às barreias da vida e morte
Realizam o encontro impossível entre o ir e vir
Entre quem ficou e quem se foi
Sopram longe os agouros lúgubres
Num frescor primaveril de um eterno reviver
O acordar, só me deixa vestígios, fragmentos
Uma memória presente, consciente de seu meio tom desgastado,
Passado que se reconstrói continuamente em meu coração
Ciente de que vem a morte, mas de que nela não reside o fim
Escapam às barreias da vida e morte
Realizam o encontro impossível entre o ir e vir
Entre quem ficou e quem se foi
Sopram longe os agouros lúgubres
Num frescor primaveril de um eterno reviver
O acordar, só me deixa vestígios, fragmentos
Uma memória presente, consciente de seu meio tom desgastado,
Passado que se reconstrói continuamente em meu coração
Ciente de que vem a morte, mas de que nela não reside o fim
quinta-feira, fevereiro 25, 2010
Tantas
Tantas são as coisas
Tantas as escolhas
Imagino que de tantas e tantas coisas
Tantas e tantas escolhas
Quantas não são as mesmas
Então me pergunto
De tantas e tantas perguntas
De tantas e tantas pessoas
Quantas não se perguntam a mesma coisa
Nesse mundo de tantas e mesmas coisas.
Tantas as escolhas
Imagino que de tantas e tantas coisas
Tantas e tantas escolhas
Quantas não são as mesmas
Então me pergunto
De tantas e tantas perguntas
De tantas e tantas pessoas
Quantas não se perguntam a mesma coisa
Nesse mundo de tantas e mesmas coisas.
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