Eu sempre sonhava com ele, aquele que, para mim, representava segurança e confiança. A figura que representava este papel na minha vida morreu, como todo e qualquer mortal. Minhas ilusões infantis de ter ao meu lado alguém que fosse capaz de me proteger contra tudo e todos se desvaneceram e deram espaço a uma contagiosa desesperança e sensação de impotência diante das coisas.
Mas, nos meus sonhos, ele sempre aparecia como alguém que volta dos mortos e restaura o caos que se instalou após seu falecimento. Primeiro, eu esperava que ele realmente voltasse à vida, como por um milagre. Depois, ansiava por alguém que pudesse substituí-lo, assumindo o controle da situação e oferecendo direcionamento e comando, como um governante que ordena seu povo.