No breu do porto pousa uma rapariga
Feito mariposa a baixo da luz do píer
Atenta ao sibilo dos sinos
Zunido que jaz no cais
Na orquestra de animais noturnos
Dança o brilho distante dos vaga-lumes
Faróis remotos, supostas estrelas
Uma ventania fria
Sacia o vazio
Acompanha a fuga de uma alma aflita
Lume frouxo, desfalecido
Guia aos navegantes
Nau sem dono à deriva
Vêm de encontro ondas oceânicas
A lamber o píer numa solapada salgada
Ferve-lhe a boca feito sal de fruta
Recua engolindo limo
Consciência imunda
Gosto amargo da vida