Chove! Chove sem parar acima da terra a se escorrer
Não vejo chover, ouço apenas rumores de sua constância
Sons pausados, alardeados na boca dos outros
Sob a montanha repousa um amigo
Sobre ela brota um cravo, ainda um talo
Sob a chuva que insiste engolir-lhe a vida
Sopra uma nuvem embebida em carvão
Esmorece o pranto celeste
Num levante da estrela em chamas
Da terra escorre o labor
O suor dessa dor
Um pudor
Descansa o ardor
O fervor, o calor
Floresce o frescor ao sabor dos sonhos de um amor