Sonhei que era noite e que a chuva ameaçava cair, então pensei em correr até lá fora para ver a água cair.
Estava tudo tão quieto, apenas o barulho do vento que trazia a chuva e na escuridão as luzes da calçada dançavam sozinhas isoladas cada qual num círculo apartado.
Lembrei-me de que no passado as copas das árvores cegavam as luzes dos postes. No sonho, passado e imaginação se mesclavam e criavam um cenário perfeito como sempre sonhei que seria minha casa, meu lar, meu lugar, mas é apenas um sonho, o meu lugar é apenas um sonho.
Nele as coisas flutuam leves no ar e num salto vou de um pavimento ao outro, nele o tempo inexiste e é noite ou dia, basta querer. Subi até o topo da imaginação e chamei: Pingooooooooo
Do outro lado, quem era aquele que olhava assustado?
De cá, quem era a moça que chamava no escuro?
No sonho posso ver quem quer que seja, nem que seja para dizer adeus.
Chamavam-me ao telefone, mas não havia ninguém do outro lado da linha, era apenas uma expectativa de que algo estava prestes a acontecer, quem sabe um convite para viajar, um olá, um adeus, um matar de saudades, daquelas que só um abraço pode resolver.
Se chamarem por mim estarei lá, basta querer, é um sonho, é tudo um sonho e estou lá.