Deita-se o mormaço por sobre o asfalto da cidade
Um som abafado de guitarra permeia a noite
Emitido de um pub barato, cheira a pinga de esquina
Num solo ecoa pelo silêncio dramático da escuridão
Invocando a solidão dos becos, dos desamparos
Bafejam gazes venenosos dos bueiros, expelindo insetos, injurias
Ateando fogo nos corpos à mercê do cenário de horrores
Partículas ardentes que soltam de si as matérias em combustão
Morada dos justos, estilo hodierno, corpos revestidos de crómio, corações de uretano à prova de quedas, riscos e solavancos. À prova de vida, condições desumanas.
Suas almas rechargers perecíveis, suscetíveis à esteira do tempo, condenadas, obsoletas
Delas sopra uma trilha, sonora emoção, lenda, paixão humana a resistir em meio a artifícios, fogos forjados, desejos moldados, num rio metálico, pesado, vergado, compadre nocivo
Um suspiro afoga a todos nós, um chamado, uma cura, um destino implacável, sê forte, sê duro.
Pois haveremos de ser, padecer e perecer.