Pular para o conteúdo principal

Aperto no peito


Aquele aperto que brota no peito
Embotando a vista
Cheirando a chuva
Saudade anunciada
A beijar-me o rosto
Passarinho escarlate
Que há sentimento
De sussurrar ao pé da orelha
Num decoro musical
Versos verões d’ouro
Perdão dos compridos meses
Que nos impedem mergulhar
Viajar onda canção
Um tempo às nossas costas
Traz o desabrochar das rosas
Chaga aberta
A deitar espinhos
Reticências fragmentos
Em variáveis infiéis
Dor: nem forte nem aguda
Vai passando devagarinho
Do vinho ao vinagre
Embebendo a alma
Viço danado
Estufa um suspiro
Trazido do ventre
À jaula do peito
Então me resta, do que nada adianta
Bato com as mãos espalmadas no muro
Vou-me embora a assoviar

Postagens mais visitadas deste blog

Possível

Se existe mesmo a imortalidade das coisas é possível ainda ver a chuva do outro lado do oceano É possível presenciar as auroras boreais tão distantes daqui onde o horizonte não alcança É possível ver o desabrochar das flores do extremo oposto do planeta É possível ver o nascer do sol de onde nunca o vi nascer É possível ver as florestas e sentir exalar o cheiro das coisas tão distantes de onde estou É possível ouvir as vozes e idiomas desconhecidos do meu É possível ver os rostos dos seres em realidades tão diversas da minha É possível ainda que não haja tempo experimentar tudo aquilo que não provei É possível saborear todos os gostos que não conheci   É possível me conectar a todas a pessoas que nem sequer imaginei É possível viver o dia que jamais esperei É possível deixar para trás É possível chegar ao destino É possível compreender definitivamente É possível alcançar completamente Vou inspirar profundamente E exalar o ar até que se acabe Enxergar o
 Eu gostaria de me encontrar comigo mesma Em algum lugar fora do espaço tempo E então questionar todos os desejos despertos ao longo do tempo Eu me olharia nos olhos e estes estariam repletos e vazios Seria eu um ser insondável por natureza, se questionando como se isso estivesse em seu código genético Sempre um ímpeto insaciável me draga até os meus próprios mistérios, uma terra desconhecida que nunca consigo alcançar Porque a sonda que envio para dentro do meu ser nunca atinge uma superfície sólida onde possa pousar? E se eu vagar eternamente no espaço como poeira? 

Revolução pessoal

Para promover a transformação, a renovação, a revolução, é preciso partir de si mesmo e não meramente de autores, manuais, ideais, opiniões alheias, filmes, professores, cursos, dentre tantos outros. A revolução começa internamente e a partir daí se expande para o mundo externo em consequência da transformação que já explodiu e inundou todo o seu ser que viu com seus próprios olhos a ilusão erguida diante de si como realidade. Não se trata de concordar ou discordar desta ou daquela posição, não estamos falando em posicionamento, estamos falando daquilo que é. Quando a transformação torna-se o próprio ser, sua consciência se desloca em direção ao caminho da revolução tornando irresistível a mudança a sua frente. Não se trata de fé cega, crer sem ter experimentado por si mesmo a implantação de uma nova consciência, não se trata de seguimentos nem de aceitação deste ou daquele dogma, colocações e posicionamentos, não há fé nem religião, existem apenas certezas quando visualizamo