Aquele aperto que brota no peito
Embotando a vista
Cheirando a chuva
Saudade anunciada
A beijar-me o rosto
Passarinho escarlate
Que há sentimento
De sussurrar ao pé da orelha
Num decoro musical
Versos verões d’ouro
Perdão dos compridos meses
Que nos impedem mergulhar
Viajar onda canção
Um tempo às nossas costas
Traz o desabrochar das rosas
Chaga aberta
A deitar espinhos
Reticências fragmentos
Em variáveis infiéis
Dor: nem forte nem aguda
Vai passando devagarinho
Do vinho ao vinagre
Embebendo a alma
Viço danado
Estufa um suspiro
Trazido do ventre
À jaula do peito
Então me resta, do que nada adianta
Bato com as mãos espalmadas no muro
Vou-me embora a assoviar