Pular para o conteúdo principal

É preciso experimentar


Experimentemos a mudança, pois só assim poderemos penetrar outros corações.
Experimentemos de nossas próprias invejas antes de alimentá-las.
Experimentemos de nossas próprias ofensas antes de proferi-las.
Experimentemos de nossos próprios julgamentos antes de julgarmos alguém.
Experimentemos de nossas próprias ciladas antes de pensarmos naquelas que visamos criar.
Experimentemos de nossas próprias brutalidades antes de cometê-las sempre que nos convir.
Experimentemos de nossas próprias falsidades para refletirmos se iremos praticá-las.
Experimentemos de nosso próprio veneno e decidamos se devemos expeli-lo ou não.
É preciso experimentar para saber se iremos mesmo gostar e se teremos mesmo prazer.
É preciso sofrer o que faremos para os outros sofrerem.
É preciso sentir aquilo que faremos com que os outros sintam.
É preciso conhecer o mal que pretendemos perpetuar.
Mas é também preciso pensar no bem que poderíamos propagar.
É preciso experimentar a gentileza que podemos oferecer.
É preciso experimentar a sinceridade que podemos apresentar.
É preciso experimentar o carinho com o qual podemos presentear.
É preciso experimentar a doçura com a qual podemos cativar.

Que a vida esteja repleta de experiências em oposição às teorias que insistimos em acreditar.
Que esta vida se sobressaia à vida que nos contentamos a viver.
Que esta vida não seja um ensaio, mas um improviso.
Que esta vida não seja um plano, mas um repente.
Que esta vida seja vivida e não ponto de partida.

Postagens mais visitadas deste blog

Possível

Se existe mesmo a imortalidade das coisas é possível ainda ver a chuva do outro lado do oceano É possível presenciar as auroras boreais tão distantes daqui onde o horizonte não alcança É possível ver o desabrochar das flores do extremo oposto do planeta É possível ver o nascer do sol de onde nunca o vi nascer É possível ver as florestas e sentir exalar o cheiro das coisas tão distantes de onde estou É possível ouvir as vozes e idiomas desconhecidos do meu É possível ver os rostos dos seres em realidades tão diversas da minha É possível ainda que não haja tempo experimentar tudo aquilo que não provei É possível saborear todos os gostos que não conheci   É possível me conectar a todas a pessoas que nem sequer imaginei É possível viver o dia que jamais esperei É possível deixar para trás É possível chegar ao destino É possível compreender definitivamente É possível alcançar completamente Vou inspirar profundamente E exalar o ar até que se acabe Enxergar o

Show de horrores

Tenho andado por aqui já não é de hoje Sempre me trazem de volta e de volta a qualquer lugar... Ao mesmo lugar Comprimo toda a extensão destes anos, dessa infinitude num pequeno invólucro A partir daí a consciência segue a se esquecer, a tornar-se gradativamente medíocre e pequena Apegada e presa, atada a valores e ilusões, venho mentindo estar tudo bem desde então Tapo os olhos para não ver o horror, tenho medo, não posso abri-los e encarar meu próprio rosto Temo as respostas às perguntas que faço, então me mantenho na superfície, adio a descida até as profundezas deste oceano desconhecido Estou sempre ponderando se vou mesmo fundo na verdadeira natureza da consciência a mover este veículo carnal perdido em sua pequenez Descobrir, buscar, aquilo que no fundo já sei, mas escondo para não perder o controle No silêncio profundo desta consciência infinita um aviso emerge de tempos em tempos: Não há como escapar, nem se esconder, você sabe! Este hospício de caminho
 Eu gostaria de me encontrar comigo mesma Em algum lugar fora do espaço tempo E então questionar todos os desejos despertos ao longo do tempo Eu me olharia nos olhos e estes estariam repletos e vazios Seria eu um ser insondável por natureza, se questionando como se isso estivesse em seu código genético Sempre um ímpeto insaciável me draga até os meus próprios mistérios, uma terra desconhecida que nunca consigo alcançar Porque a sonda que envio para dentro do meu ser nunca atinge uma superfície sólida onde possa pousar? E se eu vagar eternamente no espaço como poeira?