Enfim, construíra seu castelo encantado,
Sua igreja matriz,
Vivera seu sonho distante,
Sonhara milhões de sonhos mais,
Tornara-se um homem comum,
Recebera seus cumprimentos,
Fora admirado,
Sentira-se grato,
Vira-se nos olhos daqueles que o observavam com curiosidade,
Divertiram-se com sua imagem, ao passo de seu sofrimento,
Ainda assim, enxergara comovente beleza nos rostos que dele zombavam,
Seres celestes, senhores da vida, legitimados na perfeição,
Fizeram-lhe monstro, animal, bárbaro anômalo,
Fizeram-lhe marcas, dor e medo,
Quando, na verdade, era um anjo de medonha aparência,
Um corpo perdido no caos,
Ser transcendente, metafísico.
Era nobre.
Era apenas um homem. Queria sê-lo e o era.
Temia o mundo que lhe ofereciam,
Numa esfera abaixo da humanidade,
Para tanto, engendrou projetos quiméricos,
Levou-os às ultimas conseqüências.
- Sou um ser humano! – implorava a Deus que fosse verdade.
Fora um espelho quebrado, que refletiu a imagem e semelhança disforme dos seus.