Do verão faz- me beber
Deste sol faz- me sofrer
Sofrer
Deter
Reter
Dos dias tórridos de domingo
Das tardes tão estúpidas
Limonadas geladas
Estreito os olhos para engolir o horizonte
Está tudo tão claro, oh meus olhos não veem
Meu Deus que balburdia, que fizeram?
Respiro
Degelo
Em meus sonhos, um naufrago
Eu permito
Permeio
Delineio por sobre a superfície espessa e macia do tapete
Rolo
Revolvo a terra com meu corpo
Verme a se esbaldar, dançar, nutrir
Música
Serpente esquiva
Cresce e queima
Paro. Decido.
Não irei mais comer
Não irei mais beber
Paro. Penso. Pondero.
Não quero mais prosseguir
Afrouxo minhas mãos agarradas as suas e as deixo cair soltas no ar, até que se deitem suavemente em despedida sobre um perfil embaçado de quem aos poucos se afasta e perde devagar o foco.
As portas se abrem
Ventania, invasão
Desfalece em esquecimento
Deixe tocar até o final esta canção, deixe rolar até o final esta versão
Deixe morrer esta composição
Deixe-a ser, pois não há de ser nada.