Do quarto da pensão onde eu morava na Rua Poděbradova, vinha a noite me chamar, a caminhar, a degustar a solidão daqueles dias.
Da janela avisto poucas luzes tremulantes, distantes feito estrelas, provocando minha imaginação, a quem estariam a iluminar?
Aquele céu frio me acalmava os pensamentos, que saiam soltos, perdidos na brisa gelada.
Sem que pudesse aprisioná-los quietos neste corpo escorado à janela, havia um desejo de me juntar a noite, me esgueirar por entre as sombras dos arvoredos, projetar-me maior no asfalto destas ruas.
Alma marginal, soturna a vagar em silêncio aterrador. Corpo quente, afagado entre casacos, sobretudos, cachecóis, das botas sobem ruídos pausados como alguém que bate à porta.
Os sons da noite se ajuntam em sobressaltos, mistérios infinitos cúmplices entre si.
Experimentava o sabor da cidade, sua essência fantasma em que uivava um passado vivo.
Minh ’alma rumo a si mesma, queria estar só, ouvir o calar do mundo, o ronronar dos sonos, o sopro gelado, recolher-se a si mesma, expandir-se em cidade.
Este céu que a todos cobre, àqueles do outro lado do oceano a quem conheço, a mim que mal conheço.
A sensação de desamparo agrada-me os sentidos, a brisa em redemoinhos beija-me os olhos e os fecho para sentir com mais intensidade.
Aspiro profundamente como se quisesse engolir o momento, detê-lo aqui dentro, mas o deixo escapar e confundir-se com a alma do mundo.
A madrugada traz magia aos concretos da cidade, nostalgia à natureza. Uma beleza melancólica de prazer demorado, fugidio.
Os pés querem avançar cada vez mais longe, sem que possam encontrar mais nada, além da madrugada dos tempos de Poděbradova.
Da janela avisto poucas luzes tremulantes, distantes feito estrelas, provocando minha imaginação, a quem estariam a iluminar?
Aquele céu frio me acalmava os pensamentos, que saiam soltos, perdidos na brisa gelada.
Sem que pudesse aprisioná-los quietos neste corpo escorado à janela, havia um desejo de me juntar a noite, me esgueirar por entre as sombras dos arvoredos, projetar-me maior no asfalto destas ruas.
Alma marginal, soturna a vagar em silêncio aterrador. Corpo quente, afagado entre casacos, sobretudos, cachecóis, das botas sobem ruídos pausados como alguém que bate à porta.
Os sons da noite se ajuntam em sobressaltos, mistérios infinitos cúmplices entre si.
Experimentava o sabor da cidade, sua essência fantasma em que uivava um passado vivo.
Minh ’alma rumo a si mesma, queria estar só, ouvir o calar do mundo, o ronronar dos sonos, o sopro gelado, recolher-se a si mesma, expandir-se em cidade.
Este céu que a todos cobre, àqueles do outro lado do oceano a quem conheço, a mim que mal conheço.
A sensação de desamparo agrada-me os sentidos, a brisa em redemoinhos beija-me os olhos e os fecho para sentir com mais intensidade.
Aspiro profundamente como se quisesse engolir o momento, detê-lo aqui dentro, mas o deixo escapar e confundir-se com a alma do mundo.
A madrugada traz magia aos concretos da cidade, nostalgia à natureza. Uma beleza melancólica de prazer demorado, fugidio.
Os pés querem avançar cada vez mais longe, sem que possam encontrar mais nada, além da madrugada dos tempos de Poděbradova.