Um hidrante quebra na esquina a lacrimejar emoção alheia
Uma porção de fio d’água que se atira do parafuso
Parece frio desviar-se a esquerda privando-se do “objeto”
Ninguém irá agachar-se a atarraxar o parafuso
Analisar a dureza já gasta o cansaço abatido
Plantado na calçada arrebentada
Um estorvo para os apressados
Sapatos inquietos de lá para cá
De cá para lá toc toc toc
Formigas maçarocas
Os olhos bolas de gude de lá para cá de cá para lá feito sapatos apressados
Ora, vamos lá
Para que serve um hidrante?
Como definir um hidrante?
Que função utilidade teria o hidrante na esquina desta vida?
São tantos hidrantes plantados na calçada
Os hidrantes não estão a vista dos pensamentos
São dois daqui à esquina seguinte, três de lá à rua seguinte
São tantos que nem vejo quantos
Hidrantes no nível da rua
Emergência ambulante
Como que brotando das calçadas
Sangram a se esgotar pelo o ralo
Deitado em esquecimento
Vou-me embora
Olho para trás
Lá está ele
Fica o hidrante na rua
Selado na eternidade
Vem comigo em meu caminho
Ainda me lembro
Se é que se pode esquecer...