domingo, dezembro 28, 2008

Infinito


O melhor da vida são viagens mal sucedidas
Noites mal dormidas
Momentos sós e particulares
Dias angustiados, calados, aluados
Deles reflete o sol, o ápice da luz
Deles dias e noites são sentidos aguçados
Levo-os para longe, mas logo os trago de volta,
Deles preciso beber
Sorver o veneno, absorver a cura
Até que cessem os sete fogos
Assim, ao por do sol em brinde aos aspirantes
Exasperado anoitecer me leva numa valsa lenta
Rodopiando-me desesperadamente ao redor de sua órbita
Estrelas terríveis no céu se movem junto à dança
E fazem-se assombrosas constelações, chorando âmbar celeste
Ah se meus pés pudessem aferrar-se ao solo e se aquietar por um instante
Seriam eles escravos desta terra já de longe corrompida
A mente derrama do corpo, por certo assoberbados
Juntam-se a revelar a tormenta desta alma
Um manifesto
Um motim
Fatigados pela vigília
Cruzando sombras indubitáveis
Fazem-se luz! Mais pura luz!
Muito além da tristeza, da felicidade ou saciedade
Duradouro extenso sol
Reinado em manto negro
Infinitos pontos lúcidos, lúdicos, luminosos
Perene lúmen
Império transcendente
Sim sou eu
Que não sei equilibrar, sou eu...
Nem luz nem trevas, nem presença nem ausência.