Não mais lançava o olhar ao céu, pois se lhe seguiam alto os arranha-céus.
Não mais deitava a ver nuvens sossegadas sobre o gramado, pois se lhe passava uma avenida.
Não mais dançava sob os raios de lua, pois se lhe ofuscava as luzes da cidade.
Não mais apanhava os frutos da caramboleira, pois se lhe sobrepunha um passeio público.
Da natureza fez-se propriedade,
Da menina fez-se cidadã,
Da liberdade fizeram-se os direitos,
Da sede fez-se a necessidade,
Do tempo fez-se prisão,
Desfizera-se o tempo em que a menina vivia e fizera-se o tempo do qual vive a menina.
Ao fim e ao cabo, fez-se poesia, que dela e nela vive.
Não mais deitava a ver nuvens sossegadas sobre o gramado, pois se lhe passava uma avenida.
Não mais dançava sob os raios de lua, pois se lhe ofuscava as luzes da cidade.
Não mais apanhava os frutos da caramboleira, pois se lhe sobrepunha um passeio público.
Da natureza fez-se propriedade,
Da menina fez-se cidadã,
Da liberdade fizeram-se os direitos,
Da sede fez-se a necessidade,
Do tempo fez-se prisão,
Desfizera-se o tempo em que a menina vivia e fizera-se o tempo do qual vive a menina.
Ao fim e ao cabo, fez-se poesia, que dela e nela vive.