Eu caminhava na neve
Os passos se afundavam
No vazio daquele quadro pálido
Andava em círculos, cavando cada vez mais fundo
Girava cada vez mais perto, me aprofundando nesta cavidade
Uma lacuna, um buraco, olho negro da terra
Um flerte da morte, apaixonada e faminta
Ossos trincados, porosos enganos
De posse bastarda
Morosa consumação
Corpo findo alma infinita
Um dualismo judaico-cristão
Povoou-me as fantasias
Pretensões desvairadas
De um ego vaidoso
Convicto de sua nobreza
De imaculado saber
Opressor da matéria
A julgar
Condenar
Sentença brutal:
O corpo
Relegado a domesticação
Mas hão de lhe fazer justiça, nos confins desta terra
Das paixões que lhe reprimem, das angústias que lhe imputam.
Os passos se afundavam
No vazio daquele quadro pálido
Andava em círculos, cavando cada vez mais fundo
Girava cada vez mais perto, me aprofundando nesta cavidade
Uma lacuna, um buraco, olho negro da terra
Um flerte da morte, apaixonada e faminta
Ossos trincados, porosos enganos
De posse bastarda
Morosa consumação
Corpo findo alma infinita
Um dualismo judaico-cristão
Povoou-me as fantasias
Pretensões desvairadas
De um ego vaidoso
Convicto de sua nobreza
De imaculado saber
Opressor da matéria
A julgar
Condenar
Sentença brutal:
O corpo
Relegado a domesticação
Mas hão de lhe fazer justiça, nos confins desta terra
Das paixões que lhe reprimem, das angústias que lhe imputam.