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Mostrando postagens de abril, 2011

Verão

Do verão faz- me beber Deste sol faz- me sofrer Sofrer Deter Reter Dos dias tórridos de domingo Das tardes tão estúpidas Limonadas geladas Estreito os olhos para engolir o horizonte Está tudo tão claro, oh meus olhos não veem Meu Deus que balburdia, que fizeram? Respiro Degelo Em meus sonhos, um naufrago Eu permito Permeio Delineio por sobre a superfície espessa e macia do tapete Rolo Revolvo a terra com meu corpo Verme a se esbaldar, dançar, nutrir Música Serpente esquiva Cresce e queima Paro. Decido. Não irei mais comer Não irei mais beber Paro. Penso. Pondero. Não quero mais prosseguir Afrouxo minhas mãos agarradas as suas e as deixo cair soltas no ar, até que se deitem suavemente em despedida sobre um perfil embaçado de quem aos poucos se afasta e perde devagar o foco. As portas se abrem Ventania, invasão Desfalece em esquecimento Deixe tocar até o final esta canção, deixe rolar até

A seriedade que não sou

Saudades das aventuras da infância Da espontaneidade adolescente Eu que nunca fui fiel escudeira das regras Nem nunca estive a par dos métodos O sistema foi aos poucos apagando a luz e Com os sopros das velas dos aniversários, Foi se extinguindo as chamas do meu coração Foi então que comecei a morrer, A sumir, A deixar e Hoje no espelho reflete a seriedade que não sou Não sou séria Tampouco levo a sério este mundo Nem me importo com o que a vida reserva No fundo sabemos o que será, Não é mágica, é óbvio É previsível e está tundo dentro dos esquemas do sistema Mas eu finjo que espero Finjo que não sei e que aceito Me calo, abaixo a cabeça e engulo E como todos, entro na fila para lugar nenhum.