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Mostrando postagens de julho, 2009

Pólos aparte

Assim que nossos caminhos não mais se cruzarem Num entendimento elementar Destoando em cruzamentos Imagens reversas Retóricas dissonantes Haveremos de nos dirigir Aos pólos opostos Ártico Antártico Ao extremo norte sul Divergindo entre estações Alternando em dia e noite Do inverno austral Ao Sol da meia- noite Da florada das idéias Ao declínio das doutrinas Unidos por oposição Em partes compostas Do abrir ao fechar do sorriso Como as cortinas do teatro Que ocultam o vazio pano de fundo Assim deste ou daquele modo Absolutos e transitórios Num passar Num ficar Num olá Num adeus Sem que possamos dizer a distância Entre nossos pensares pesares Tudo se faz linhas Linhas imaginárias Desenhadas para apartar Que a tudo tende dividir Em pólos aparte Onde haveremos cada qual em seu eixo Erguer observatórios em defesa de si mesmos Erigir fortalezas em nome de seu isolamento Haveremos de combater nada além de nós mesmos Haveremos de abrigar a verdade de noss

Sonhos

Daqueles que se vão Sonhos perduram no tempo Dentro daqueles que deles compartilhou Os sonhos que não afloraram Viajam para todo lugar Em arranjos musicais Tempestades guturais Fenômenos naturais Na eterna imensidão No infinito deste céu Num sopro vento sul Em reluzente amor astral Indo e vindo Fluído como as ondas Do início ao fim sem fim

Olhos

Os olhos tragam imagens desolados Percorrem assassinos despedaçando, fragmentando Malditos sejam estes olhos que parecem dizer Muito além do que digo Espelhos manchados Dois pares cruéis disparados no espaço Esféricos imundos refletem o nada Assustam com o nada O nada... O nada que deles propaga Acesos em chamas, furiosos sedentos Inflamados, febris Caçadores impunes Capturam destroços Partes do nada Malditos sejam...

Mundo Sombrio

Ao som indefinido do mundo componho a harmonia perfeita do que se parecem apenas idéias e por trás desta cortina de fogo vejo escorrer por entre os dedos apenas restos do que um dia tanto reluziu. Caminhando em passos desconexos, onde impera o reino fragmentado das várias idéias, projeto no chão uma imagem disforme, réplica do que sou. Minha sombra multifacetal segue meus passos, ouve meus pensamentos dia e noite, me acalenta em seus gélidos braços, no leito onde a esperança me desespera. Na atmosfera onde tudo se desfaz, não há espaço para a concretude, nem para o equilíbrio, exceto pelo tempo, roda que gira sem cessar, metálica, pesada e indigesta a que estamos condenados. Mundo sombrio, em sua escuridão me detive, seja por ser inevitável, seja para de longe observar os pequenos feixes de luz que fazem das sombras ainda maiores e da alma uma dolosa nostalgia e esta sem precedentes segue vazia a vagar pelo espaço, terreno inóspito, onde o porvir parece não existir.