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Mostrando postagens de março, 2009

Tentando buscar

Estou tentando continuar Continuar buscando Mas quando acordo Quando me levanto Quando me deparo comigo Procuro encontrar qual busca seria a minha Uma busca, um intuito, um caminho certeiro Uma busca que não está aqui dentro de mim Ela há de estar lá fora, precisa estar Pois aqui dentro não pode estar Aqui dentro a busca não se encaixa Não se encaixa às buscas disponíveis do mundo lá fora Lá fora não tem espaço para o que existe aqui dentro Ou será que aqui dentro não há espaço para o que ofertam lá fora? Para que eu possa me ajustar às opções oferecidas lá fora Às propagandas que fazem, de que a vida acontece lá fora Minha vida está acontecendo aqui dentro Lá fora minimizo esta vida, sufoco esta vida Para que a vida que lá fora me ofertam se encaixe aqui dentro Lá fora posso trocar de vida, se não gostar desta ou daquela Experimentar tantas vidas quanto quiser Até encontrar aquela que me faça aceitar as coisas como elas são As coisas como são é a vida que

Fel da vida

Lamentável é não enxergar para além dessas paredes Acredite. O horizonte fica preso aqui na garganta E a fome deixa de existir Assim como o contentamento se estende em frustração Pagando o espaço físico ocupado Preso a uma terra de promessas Num labirinto insensato Numa redoma caótica Em meio a toda essa retórica furiosa Endurecida em palavras lapidadas Derramando verbo absoluto Ardendo como sal no lume Revertendo antinomias Tombando abaixo do consenso Patenteando uma pobreza chapada Gravada e enfeitada Em propagandas prostitutas Hipocrisia das mentalidades Cristalizando o fel da vida

Aida

Aida acorde Venha até aqui Estou aqui fora, no jardim Estou a sua espera Venha... Ainda é cedo Aida Sinta... Sente a brisa marítima, Soprando ao pé da orelha? É para você Aida Um sopro harmônico Do mar para você De longe toca uma canção no rádio Daquelas que te faz vibrar No íntimo você quer dançar Dance comigo Aida Dance comigo... Sua dança traz o mar para perto Ele avança manso e se arrasta a seus pés Aida é pura música Gira no ar como um anjo Sorria Aida, o sol nasceu para você A sinfonia são seus passos Seu rosto iluminado Aida você nasceu para brilhar É tão fácil se encantar Por Aida Aonde quer que você vá A luz irá te buscar As estrelas irão te procurar O mar irá te abraçar Com a força da maré Num campo gravitacional Ideal para que Aida erga-se com as ondas Aida orbita no universo Acima das constelações Para além de galáxias distantes Aida seu corpo é dança Sua alma é música É a harmonia do cosmos Aida é mais do que posso dizer

De pé

Você está desmoronando Agüente firme Parece não haver jeito Agüente firme Respire fundo Não chore agora De que adianta lamentar? Peça, feche os olhos, faça um desejo Não diga nada Respire fundo Não chore, prometa Estenda a conversa para compensar o silêncio que se estenderá noite adentro De pé De pé Engane a espera Mas a espera se estende noite adentro De pé A espera não se deixa enganar Se estende vida afora Respire fundo Não chore Fique de pé Prometa que nada irá prometer Lembre-se de si Que irá se estender para além do espaço e do tempo Um sussurro e o vento arreganha as janelas, estilhaça os vidros E isso é só o desenrolar da história de todos que um dia ficaram de pé.