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Mostrando postagens de fevereiro, 2009

Arranhando paredes

Arranha paredes Debate-se no chão Esqueceu a lição? Sabe dizer se é noite ou se é dia? Aonde você vai? Não me faça ir até ai Não se preocupe, não se culpe, estamos aqui e ali Sabe onde está? Quem sabe possa dizer para onde você vai Lá fora o sol está queimando, penetrando a crosta danificada deste planeta E tudo o que você consegue fazer é se debater e arranhar as paredes deste aposento em decadência Se pudesse sair, veria o sol Pura luz a inundar tudo ao redor E então quem sabe pudesse ver algo além de si mesmo Erguendo-se para além das paredes

Remador

Certo dia me lembro ter visto um barco sozinho no rio de manhã bem cedo, o sol mal tinha nascido Era um sujeito solitário, mais velho com chapéu na cabeça, desleixado Havia remado ainda a pouco, ao redor do barco a água ondulava Com um tipão cabisbaixo enrolou um fumo, acendeu o cigarro, tragou uma vez e seus olhos fitaram o horizonte, se perderam no nada, vazios A fumaça do fumo se esvaiu Se curvou para uma tosse rouca, aquele não era um pescador Era um tipo calado que remava sem curiosidade, parecia conhecer todas as coisas, mas num instante pareceu ter se esquecido Parecia não se importar com as coisas à sua volta, mas sei que não é bem assim, sei que não é Aquele não era conhecido meu, do contrário eu poderia pensar que fosse meu pai chegando ou partindo O homem do barco foi remando e passando devagar, não parecia ir a lugar algum, mas ele foi tão longe que ainda hoje me lembro Não que isso interesse, mas hoje me parece um dia daqueles em que alguém rema perdido